terça-feira, 20 de agosto de 2013

Relacionamentos amorosos: uma análise à luz da Escritura - Intro


             Relacionamentos amorosos. Quando se lê essas duas palavras juntas, num ambiente cristão, já se imagina duas coisas: conversas infindáveis, junto de si um conjunto de igualmente infindáveis motivos para brincadeiras, e, quando se fala sério, desculpas esfarrapadas dos dois lados da moeda. E o que são esses lados da moeda? São justamente aqueles que seguem um lado, por assim dizer, mais conservador, que defende que o cristão não deve “ficar”, não deve fazer sexo antes do casamento, e afins (coisas que eu mesmo defendo, só não concordo com alguns métodos para se defender tais ideias); outros, que acham que as coisas “não são bem assim”, e acha exageros em demasia da primeira parte em querer zelar por um relacionamento santo, colocando regras que não são bíblicas. Entretanto, no final, nunca se sabe quem tem mais razão, e toma-se partido mais por preferência pessoal do que por argumentações e motivos bíblicos.

              Claro que isso é reflexo de um ensino bíblico defeituoso, que não contempla o ser humano como um todo, como sua origem e finalidade; sobretudo, como imagem e semelhança de Deus. Este ensino é vital para um melhor entendimento do relacionamento de Deus e o homem em todas as áreas da vida, inclusive a área de relacionamentos amorosos, como veremos adiante.

              Com um ensino incompleto no assunto, que não investiga as bases fundadas no próprio Deus sobre essa questão, os cristãos são obrigados, por falta de opção e erroneamente, a desenvolver uma teologia “de baixo para cima”: enchem-se de regras vagas, que carecem de referências bíblicas - tornando a instrução à Igreja sobre o assunto igualmente vago -, para que então se alcance o objetivo proposto, a saber, agradar e glorificar a Deus. É como se, para se defender do pecado, se junta um amontoado com tijolos de regras sem usar cimento, sem saber que existe algo que liga todos aqueles tijolos e pode fazer deles um muro de verdade; e esse cimento é justamente o fundamento bíblico, as razões divinas para que esses tijolos se mantenham de pé. Desse modo, é muito fácil fazer um muro mal construído a ponto do pecado conseguir derrubá-lo, visto não ter cimento que o junte e sustente. E é por isso que tem vários contestadores que, por falta de resposta melhor, se rebelam e se aventuram em desvarios sexuais, pecados segundo a Escritura, achando que estão corretos, visto que os “conservadores” são vagos e infundados em suas explicações.

              Contudo, minha proposta ao longo das postagens é mostrar justamente uma teologia “de cima para baixo”: o próprio Ser de Deus, e nossa imagem e semelhança com Ele, nos dá a estrutura para todas as cosias na vida, por sermos seres análogos ao próprio Deus, que é Absoluto sobre todas as coisas, visto as ter criado. Ele é o “molde” pelo qual fomos feitos, e como Deus também tem suas relações com todas as coisas, inclusive com Ele mesmo na Trindade, isso vai refletir também na nossa relação com todas as coisas, porque somos seres análogos ao próprio Deus. E, no meio disso tudo dessa Santa Analogia, que abarca toda a existência do ser humano, relacionamentos amorosos estarão inclusos com certeza.

             No primeiro capítulo de uma série que farei sobre o assunto, vamos analisar como a doutrina bíblica sobre o homem, com foco em sua similitude com Deus, afeta escabrosamente o que se entende por relacionamento amoroso.  Falaremos o porquê do homem existir, qual a sua razão de viver, segundo o propósito que o próprio Deus quis fazê-lo, e como todas as áreas da sua vida são relacionadas e direcionadas para Deus.

            No segundo capítulo, trataremos do assunto do Casamento, segundo esta perspectiva “de cima para baixo”. Falaremos de como a nossa imagem e semelhança com Deus afeta, direciona, e dá propósito ao Casamento, segundo a figura de Cristo e a Igreja, na Epístola aos Efésios. Assim, determinaremos as diretrizes divinas para o Matrimônio, suas bênçãos e suas responsabilidades.

       No terceiro capítulo, trataremos do Noivado, e suas implicações bíblicas, no Antigo e Novo Testamentos. Aqui, se verá quais são as responsabilidades dele, e para onde ele aponta.

         No quarto capítulo, o assunto a ser discutido é o Namoro. O que é o Namoro? Quais são seus limites? Quais são seus objetivos? Isso e mais será discutido nessa, tenho que admitir, polêmica questão.

            No quinto e último capítulo, o tema será o “Ficar”, tão discutido entre adolescentes e certos jovens.  Discutiremos esse assunto, por vezes, polêmico, ao tratar dos seus porquês e o que a Escritura tem a dizer sobre isso. E, acredite, a Bíblia fala.

Espero que seja do agrado de todos, e que Deus possa nos edificar hoje e sempre, para a glória e honra d’Ele.


Marcel Cintra

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